Ainda que cada atendimento seja muito personalizado, tenho por princípio norteador ancorar a prática clínica em uma abordagem terapêutica consistente, em concreto, as terapias cognitivas comportamentais. Entendo que dessa maneira, consegue-se propiciar um atendimento onde o paciente sente-se à vontade para trabalhar as suas questões e ao mesmo tempo tem a segurança na qualidade no serviço que lhe é ofertado.
A terapia cognitivo comportamental clássica, preconizada principalmente por Aaron Beck e Albert Ellis, ajuda a pessoa a perceber, entender e relacionar melhor as emoções, pensamentos e comportamentos, para que estabeleça uma vivência mais saudável, funcional e com maior bem-estar, possibilitando novas formas de interação consigo mesma, com os outros e com a realidade que a cerca. Mais recentemente, surgem modalidades novas da terapia cognitivo comportamental, chamadas terapias contextuais ou de terceira onda, que sem revogar a terapia cognitivo comportamental clássica, e enriquecidas por outras linhas da psicologia, dão maior ênfase e protagonismo às emoções e comportamentos.
Criada por Marsha Linehan, dentro de uma perspectiva cognitivo comportamental e com influência significativa da psicanálise e da gestalt, propõe uma forma de vivenciar a realidade de forma paradoxal, compondo elementos aparentemente posicionados em extremos opostos. Notadamente, aceitação radical de si (e da realidade) e compromisso com a mudança. É uma abordagem terapêutica que possibilita uma vivência mais humana e autêntica, ao mesmo tempo que potencializa o protagonismo da pessoa para se auto direcionar para onde deseja guiar a sua vida.